"Planeta Londres" está a distanciar-se cada vez mais do resto do Reino Unido
"Londres parece outro planeta comparado com o resto do país". A frase corresponde à tese principal do texto de capa da revista The Spectator publicada três semanas antes das eleições locais de 3 de maio de 2012, quando o presidente da Câmara da capital britânica, Boris Johnson, foi reeleito com 51,53% dos votos, contra os 48,47% do trabalhista Ken Livingstone.
No texto argumentava-se que "existe uma profunda divisão entre a capital e o resto" do Reino Unido. O objetivo era eleitoral - The Spectator é conservador e apoiava Johnson, seu responsável editorial entre 1999 e 2005 - mas revelava a imagem de uma Londres cosmopolita, grande metrópole cultural, económica e étnica. Uma cidade global, que nunca dorme. E, como maior centro urbano europeu e também o mais rico, seria um universo à parte. O texto, da autoria de Neil O"Brien, diretor do Policy Exchange, um think tank conservador, abriu um debate, que prossegue ainda, com alguns a sugerirem estar Londres em vias de se transformar "numa cidadela isolada".